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31 meses, US$ 3 bilhões: o fenômeno chamado ChatGPT mobile #575

➜ EDIÇÃO 575

Nem IA, nem filtro

😀 Em um feed dominado por imagens geradas por inteligência artificial, a Ruffles resolveu ir na contramão e acertou em cheio. A marca transformou um comentário da influenciadora Larissa Gloor em uma campanha de mídia exterior que parece feita por IA, mas é totalmente artesanal.

Tudo começou com uma observação simples (e aleatória, como a internet gosta): as sementes de pimenta lembram o formato das batatas chips. A Ruffles levou a ideia ao pé da letra e criou pimentas gigantes de argila, com chips impressos em 3D no lugar das sementes. O resultado é tão surreal que engana à primeira vista.

O truque está justamente no estranhamento

🤖 O impacto da campanha vem do contraste. Em vez de usar IA para criar algo “perfeito demais”, a marca fez o oposto: produziu manualmente algo que parece sintético. Em OOH, onde boa parte das peças passa batida, esse tipo de estranhamento funciona como um verdadeiro freio de atenção.

A execução ficou por conta da Bakery by Ampfy, que chamou o artesão Hugo Miguel para modelar as pimentas em argila. As “sementes”, na verdade chips de Ruffles, foram impressas em 3D. O ensaio fotográfico levou a assinatura de Nano Cunha.

🌎 As peças ocupam relógios de rua e outdoors em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Do comentário para as ruas (literalmente)

Para fechar o ciclo, a própria Larissa Gloor foi às ruas mostrar como aquele comentário aparentemente aleatório virou campanha. A ação também marca presença na primeira edição impressa da revista Capricho desde o retorno ao formato físico, um detalhe que reforça ainda mais o peso cultural da ideia.

“Pensamentos Aleatórios” como estratégia, não acaso

👏 A campanha faz parte da plataforma “Pensamentos Aleatórios”, desdobramento do posicionamento “Viva essa Onda”, lançado pela Ruffles em 2023. A lógica é simples e poderosa: ouvir o que as pessoas dizem nas redes e transformar comentários inesperados em ações reais.

Dessa vez, quem ganha reforço é o sabor Pimenta Mexicana, lançado em julho.

Segundo Bruno Macário, diretor de marketing da PepsiCo Brasil: “Essa é uma evolução natural da campanha, que nasceu da escuta e conexão com o nosso público desde o momento zero. Ao explorar o comentário da Larissa Gloor, demonstramos o quanto estamos ativamente acompanhando o engajamento dos nossos consumidores”.

Em menos de 3 anos, ChatGPT supera TikTok e streamings em faturamento

OpenAI / Reprodução

🤯 O aplicativo móvel do ChatGPT acaba de alcançar um novo marco impressionante: US$ 3 bilhões em gastos de consumidores no mundo todo. O número, estimado pela Appfigures, considera todo o faturamento acumulado no iOS e no Android desde o lançamento do app, em maio de 2023. E o mais curioso é que esse crescimento não foi gradual — ele acelerou de forma intensa nos últimos meses.

Só em 2025, os usuários já gastaram cerca de US$ 2,48 bilhões com o ChatGPT no celular. Isso representa um salto de mais de 400% em relação a 2024, quando o aplicativo arrecadou US$ 487 milhões. Em 2023, seu primeiro ano no ar, o valor havia sido bem mais modesto: US$ 42,9 milhões. Em pouco tempo, o app saiu de promessa para fenômeno de receita.

📈 Esse ritmo coloca o ChatGPT à frente de gigantes do entretenimento e das redes sociais. Foram apenas 31 meses para alcançar os US$ 3 bilhões em gastos, enquanto o TikTok precisou de 58 meses para atingir o mesmo patamar. Plataformas como Disney+ e HBO Max também ficaram para trás, levando mais de 40 meses cada uma para chegar a esse número. Para um aplicativo de IA, é um desempenho que chama atenção até em um mercado acostumado a crescimento rápido.

Entre os concorrentes diretos, o Grok, da xAI, é o que mais se aproxima dessa trajetória. Lançado no fim de 2023 e inicialmente restrito a assinantes do X Premium Plus, ele começou a monetizar mais tarde, mas apresentou um ritmo semelhante quando comparado ao início de sua cobrança. Ainda assim, o ChatGPT segue isolado na liderança quando o assunto é receita acumulada no mobile.

💸 Grande parte desse faturamento vem das assinaturas pagas, como o ChatGPT Plus, que custa US$ 20 por mês, e o ChatGPT Pro, voltado para usuários avançados e com mensalidade de US$ 200. Mas esse não deve ser o limite. Aplicativos de IA ainda têm várias frentes para explorar, como ofertas para desenvolvedores e, possivelmente, anúncios no futuro. A própria OpenAI já deu pistas desse caminho ao lançar recentemente sua loja de aplicativos, que deve ganhar algum modelo de monetização mais à frente.

Enquanto isso, o mercado segue em ebulição. O Google testa novas formas de inserir anúncios em experiências de busca baseadas em IA, e a Anthropic mira forte no segmento corporativo, com projeções que apontam para dezenas de bilhões de dólares em receita nos próximos anos. Nesse contexto, os US$ 3 bilhões do ChatGPT não parecem um ponto de chegada, mas apenas mais um sinal de que a corrida da inteligência artificial está só começando.⚡

Quer saber se alguém está atento? Observe os olhos

Giphy / Reprodução

😉 Piscar os olhos é algo automático e essencial para a saúde da visão. Em média, fazemos isso várias vezes por minuto sem nem perceber. Mas um novo estudo sugere que esse comportamento pode revelar muito mais do que apenas olhos ressecados, ele pode indicar o nível de atenção de uma pessoa.

Pesquisadores da Universidade Concordia, no Canadá, analisaram a relação entre o piscar de olhos e a carga cognitiva, ou seja, o esforço mental envolvido em compreender informações, especialmente durante uma conversa.

🔍 A pesquisa partiu de uma pergunta simples: o piscar de olhos é influenciado por fatores ambientais? E mais, existe um momento “estratégico” para piscar sem perder o que está sendo dito?

Para investigar isso, os cientistas realizaram dois experimentos com 49 participantes. Durante os testes, os voluntários ouviram frases sendo lidas em voz alta enquanto o número de piscadas era monitorado.

Ruído atrapalha e o piscar diminui ainda mais

💡 Ao longo dos experimentos, duas variáveis foram ajustadas: o nível de iluminação e a presença de ruído de fundo, tornando a escuta mais fácil ou mais difícil.

Os resultados foram consistentes. A frequência de piscadas caiu de forma clara enquanto as frases eram lidas, em comparação com os momentos antes e depois da audição. Quando o ruído de fundo aumentava, o número de piscadas diminuía ainda mais, indicando maior esforço cognitivo para compreender a fala.

Não é cansaço visual, é esforço mental

🧠 Curiosamente, mudanças nas condições de iluminação não provocaram alterações significativas na frequência de piscadas. Isso reforça a ideia de que o fator determinante não é o cansaço dos olhos, mas sim o esforço mental exigido para processar o que está sendo ouvido.

Mesmo com variações naturais entre os participantes, o padrão se repetiu em todo o grupo: quando o cérebro precisa trabalhar mais para interpretar sons, piscamos menos.

Piscamos menos para não perder informação

🥼 Segundo a pesquisadora Pénélope Coupal, as piscadas não acontecem de forma aleatória. O cérebro parece reduzi-las de maneira intencional quando informações relevantes estão sendo apresentadas.

Uma das hipóteses é que o cérebro diminua a frequência do piscar para evitar interrupções na entrada de informações visuais e possivelmente auditivas também. Cada piscada, por menor que seja, representa uma breve perda de informação.

Uma pausa que o cérebro adia

👀 O pesquisador Mickael Deroche aponta que o piscar funciona como uma espécie de pausa mental. Em momentos de alta atenção, o cérebro adia essas pausas para não comprometer o processamento do que está sendo dito.

Estudos anteriores já sugeriam que piscamos menos quando estamos lendo, respondendo a estímulos emocionais ou lidando com tarefas cognitivamente exigentes. Agora, a pesquisa indica que um mecanismo semelhante pode estar em ação também no sistema auditivo.

O futuro das piscadas como indicador cognitivo

🎯 Os pesquisadores acreditam que, no futuro, padrões de piscadas poderão ser usados como uma ferramenta para avaliar carga cognitiva e níveis de atenção, ajudando a identificar quando o cérebro está mais sobrecarregado — ou até possíveis sinais de problemas cognitivos.

Por enquanto, a equipe ressalta que ainda são necessários mais dados para confirmar essas conexões. O próximo passo será mapear com precisão quando e como as informações visuais e auditivas se perdem durante uma piscada.

Só então será possível entender, com mais clareza, como um gesto tão simples pode revelar tanto sobre o funcionamento do cérebro.

Netflix entra de vez no jogo e compra startup de avatares Ready Player Me

🤯 A Netflix segue ajustando sua estratégia no mundo dos games e acaba de dar mais um passo importante: a empresa anunciou a aquisição da Ready Player Me, plataforma de criação de avatares conhecida por permitir que jogadores usem a mesma identidade digital em diferentes jogos e mundos virtuais.

Com sede na Estônia, a startup passa agora a integrar o ecossistema da Netflix, que pretende usar suas ferramentas e infraestrutura para criar avatares capazes de transportar a persona — e o fandom — dos assinantes entre diferentes experiências de jogo dentro da plataforma. Os valores do negócio não foram divulgados.

💰 Antes da compra, a Ready Player Me havia levantado US$ 72 milhões em investimentos de fundos como a16z, Endeavor, Konvoy Ventures e Plural, além de investidores-anjo de peso ligados a empresas como Roblox, Twitch e King Games.

A Netflix confirmou que o time da startup, formado por cerca de 20 pessoas, será incorporado à empresa. Entre os quatro fundadores, apenas o CTO Rainer Selvet fará parte da Netflix. Ainda não há previsão para o lançamento dos avatares nem detalhes sobre quais jogos receberão primeiro a funcionalidade.

📅 Como parte do acordo, a Ready Player Me encerrará oficialmente suas atividades em 31 de janeiro de 2026, incluindo sua ferramenta online de criação de avatares, o PlayerZero.

Em comunicado, o CEO da Ready Player Me, Timmu Tõke, destacou que a missão da empresa sempre foi permitir que identidades digitais circulassem livremente entre diferentes jogos e ambientes virtuais. Segundo ele, a integração com a Netflix amplia o alcance dessa visão, levando a tecnologia da startup para uma audiência global.

A virada da Netflix no universo dos jogos

👀 A aquisição também simboliza uma mudança clara na forma como a Netflix enxerga o mercado de games. Quando entrou nesse segmento, há cerca de quatro anos, a empresa apostou em jogos para celular incluídos na assinatura, tratando-os como mais uma extensão natural de seu catálogo de entretenimento.

Sob o comando de Mike Verdu, executivo com passagem por empresas como EA e Kabam, a Netflix comprou estúdios, licenciou títulos e tentou construir um portfólio robusto. O resultado, porém, foi irregular: alguns jogos chamaram atenção, como GTA: San Andreas, enquanto muitos outros passaram praticamente despercebidos. Recentemente, a empresa anunciou o encerramento de vários títulos, incluindo o próprio GTA, além do fechamento ou devolução de estúdios adquiridos.

Esses ajustes já indicavam que a Netflix estava disposta a experimentar e corrigir o rumo quando necessário.

Jogos para TV, experiências sociais e interatividade

🎮 A grande virada veio com a chegada de Alain Tascan, ex-Epic Games, ao cargo de presidente da divisão de jogos. Desde então, a Netflix passou a apostar mais fortemente em jogos para TV, títulos narrativos, experiências infantis e jogos de festa, além de propostas mais populares e acessíveis.

Nos últimos meses, o streaming lançou jogos como Netflix Puzzled, PAW Patrol Academy, WWE 2K25, Red Dead Redemption e Best Guess, um game ao vivo com prêmio acumulado de US$ 1 milhão. Também confirmou a chegada de um novo jogo da FIFA para TVs a tempo da Copa do Mundo de 2026.

📺 Paralelamente, a empresa vem investindo em interatividade. Em eventos recentes, executivos da Netflix destacaram testes com votações em tempo real para conteúdos ao vivo, aproximando a plataforma de formatos já conhecidos da TV tradicional, como reality shows e programas de competição.

Resta saber se o público, acostumado a associar a Netflix a uma experiência mais passiva e relaxante, vai abraçar essa nova fase, em que assistir, jogar e interagir começam a se misturar cada vez mais.

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