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Entre criptos e APIs: Como R$ 1 bi sumiu no estalo de um Pix #404

➜ EDIÇÃO 404

Os bastidores do provável maior roubo da história do sistema financeiro brasileiro

Giphy / Reprodução

🤯 Você acorda numa segunda-feira qualquer, checa o celular... e descobre que R$ 18 milhões foram transferidos da sua conta via Pix no meio da madrugada. Pois é, foi assim que começou o maior ataque já registrado no sistema financeiro brasileiro, com prejuízos que podem chegar a R$ 1 bilhão (!).

O caso envolve a BMP — empresa que atua com serviços financeiros — e a C&M, uma fornecedora de tecnologia que faz a ponte entre fintechs e sistemas como o Pix. Tudo começou por volta das 4h da manhã, quando um executivo da BMP foi alertado por telefone sobre uma movimentação suspeita.

💰 Chegando ao escritório, o pânico se confirmou: várias transferências de altíssimo valor estavam sendo feitas em sequência, e não demorou para o rombo chegar aos R$ 400 milhões só na conta da BMP. A origem do problema? Uma falha no sistema de “mensageria” da C&M, que permitiu que os hackers acessassem contas de diferentes instituições financeiras sem disparar os alertas de segurança.

Ao todo, pelo menos seis instituições tiveram acessos não autorizados às suas contas reserva — aquelas que não envolvem o dinheiro de clientes, mas sim o caixa das próprias empresas. Enquanto isso, os cibercriminosos usavam criptomoedas como bitcoin e USDT para tentar esconder os rastros e espalhar os valores roubados por múltiplas carteiras digitais.

🧊 A SmartPay, uma das empresas envolvidas, percebeu uma movimentação estranha com compra de criptos e agiu rápido: conseguiu congelar parte do dinheiro e devolver valores às companhias afetadas. Mas o estrago já estava feito.

Quem foi invadido, afinal?

Apesar dos boatos, nem a BMP nem o Banco Central foram invadidos diretamente. O problema estava mesmo na C&M, que oferece as APIs usadas por várias fintechs para acessar sistemas de pagamentos oficiais, como Pix e TED. Essas empresas de "mensageria" já apresentaram falhas antes, mas o assunto geralmente era abafado. Desta vez, não teve como esconder.

🤔 O Banco Central autorizou o retorno das operações da C&M no dia 3 de julho, depois que a empresa alegou ter reforçado sua segurança. A BMP, por sua vez, já conseguiu recuperar cerca de R$ 130 milhões — mas uma parte significativa do dinheiro ainda está nas mãos dos criminosos, o que preocupa a empresa em relação à sua liquidez.

Agora, é esperar que a investigação avance e que o setor tire lições sérias disso tudo. Porque se nem as altas madrugadas são mais seguras contra o Pix, a gente precisa mesmo reforçar os escudos.⚡

Chip cerebral permite que paciente com ELA “volte a falar” — e até cantarolar

Modelo de cérebro humano mostrando um conjunto de microeletrodos. Os conjuntos são projetados para registrar a atividade cerebral - UC Davis/ Reprodução

🎉 Um paciente com esclerose lateral amiotrófica (ELA), que já não conseguia mais se comunicar com palavras, deu um passo emocionante rumo à reconexão com o mundo: graças a um chip cerebral, ele voltou a “falar”. A façanha é fruto de um experimento da Universidade da Califórnia em Davis (UC Davis), nos EUA, e foi publicada na revista Nature no mês passado.

Mas calma, não é mágica — é neurociência de ponta com uma ajudinha da inteligência artificial.

Como funciona o “chip tradutor” do cérebro?

Diferente de outras tecnologias que apenas convertem pensamentos em texto, esse sistema ousou ir além: ele simula digitalmente o trato vocal. Isso mesmo — ele “recria” o jeito como produzimos sons, com base na atividade cerebral.

Funciona assim:

  • Quatro microchips são implantados na região do cérebro responsável pela fala;

  • Esses chips captam os sinais elétricos gerados pelos neurônios enquanto o paciente tenta formar palavras;

  • A IA, treinada com sons da própria voz do paciente, interpreta esses sinais e reconstrói a fala em tempo real — com entonação, pausas e até um leve cantarolar, se for o caso.

🔊 Durante os testes, os ouvintes entenderam cerca de 60% das palavras sintetizadas pelo sistema — um salto impressionante, já que antes só se compreendia cerca de 4% do que ele tentava dizer sozinho.

Um avanço para além das palavras

Além de permitir conversas mais naturais, o sistema é mais rápido e prático do que alternativas como rastreadores oculares ou softwares que “digitam” pensamentos. E, segundo os pesquisadores, também é mais confortável de usar.

💬 “Mostramos que um homem paralisado conseguiu falar com uma versão sintetizada da própria voz. Isso pode ser transformador para muitas pessoas”, disse o neurocirurgião David Brandman, que liderou o implante.

O futuro está na cabeça

Os implantes cerebrais vêm se tornando uma luz no fim do túnel para quem perdeu a fala, os movimentos ou até a visão. E esse experimento da UC Davis é só um exemplo.

🧠 Empresas como a Neuralink (sim, a do Elon Musk) também têm feito avanços parecidos, permitindo que voluntários controlem braços robóticos, acessem computadores ou mexam no celular com o poder do pensamento. Outras empresas, como a Blackrock, Precision e Synchron, estão na corrida com propostas menos invasivas, mais seguras e com promessas bem parecidas.

Claro, ainda falta bastante para que essas tecnologias cheguem ao mercado de forma ampla. Por enquanto, são testes com poucos pacientes, mas a direção é clara: um futuro onde a mente volta a se expressar, mesmo quando o corpo não consegue mais.

🤩 Para a equipe da UC Davis, o próximo passo é testar o sistema com mais pessoas e adaptar o uso para a rotina diária. Quem sabe em breve essa tecnologia deixe de ser exclusiva de laboratórios e comece a mudar vidas no dia a dia — uma palavra por vez.

Por que tanta gente está procurando emprego… durante o expediente?

🔎 Sabe aquela olhadinha no LinkedIn entre uma reunião e outra? Pois é, ela virou um movimento. De acordo com uma pesquisa da Resume Now, 92% dos profissionais estão procurando emprego durante o horário de trabalho. O nome disso? Ghostworking — quando você está “trabalhando”, mas na verdade está de olho na próxima oportunidade.

Com o mercado instável, demissões rolando em todo canto e empresas exigindo produtividade no talo, muita gente decidiu manter um plano B engatilhado. E esse plano B costuma acontecer bem ali, no meio do expediente. E olha que não é só uma espiadinha no celular: estamos falando de currículos sendo editados no computador da firma, entrevistas escondidas e até reuniões falsas pra disfarçar.

🤔 Mas calma, isso não é só sobre preguiça ou má vontade. É um reflexo de algo bem mais profundo.

Por que tanta gente está ghostworking?

1. Falta de propósito: Quando o trabalho vira só um monte de tarefas sem sentido, a motivação vai embora rapidinho. Se o funcionário não entende qual é o impacto real do que faz, começa a se perguntar: “Por que eu ainda estou aqui mesmo?”

2. Clima de incerteza: Com o medo constante de uma demissão surpresa, o pessoal não quer ser pego desprevenido. Procurar emprego virou uma forma de proteção emocional (e financeira).

3. Vida e trabalho tudo misturado: Com o home office e o modelo híbrido, ficou bem mais fácil alternar entre responder e-mails e marcar entrevistas, tudo na mesma aba do navegador.

4. Sentimento de frustração: Muita gente está travada em cargos que não têm mais nada a oferecer, se sente mal paga ou invisível. A busca por um novo emprego vira uma espécie de resgate da autoestima profissional.

Como esse ghostworking funciona na prática?

🥷 Além de abrir o LinkedIn no horário do café, a galera tem adotado táticas quase cinematográficas:

  • 24% editam currículos no PC da empresa (porque já tem o Word configurado e tudo);

  • 20% atendem ligação de recrutador no escritório mesmo;

  • 19% saem pra entrevista usando “atestado” ou “compromisso pessoal”;

  • 15% fingem estar em ligação segurando o telefone no ouvido (!);

  • E tem quem ande com caderno na mão ou digite aleatoriamente só pra parecer ocupado.

🎭 É o que chamam de teatro da produtividade — e isso está custando caro.

E as empresas? Como ficam nessa história?

O ghostworking joga luz sobre vários problemas:

💸 Dinheiro jogado fora: Empresas estão pagando salários pra gente que está, na real, buscando outra vaga. Isso mostra que tem algo errado na forma como o engajamento está sendo construído.

🔍 Clima de desconfiança: Gestores passam a desconfiar dos funcionários. Funcionários passam a esconder o que estão fazendo. E a cultura da empresa vai pro ralo.

📚 Concorrência treinada: Investir em treinamento e desenvolvimento de quem já está pensando em sair é o mesmo que turbinar o time do adversário.

Ghostworking: tendência ou novo normal?

Spoiler: veio pra ficar. E deve crescer.

😡 Com o trabalho remoto cada vez mais comum, tecnologias facilitando entrevistas e a cultura do “sempre ter um plano B”, procurar emprego virou parte do cotidiano — e não necessariamente sinal de insatisfação.

O futuro do trabalho será moldado por essa lógica mais fluida, onde o engajamento é conquistado, não exigido. E quem entender isso primeiro, sai na frente.

💼 O ghostworking não é só um problema de produtividade. É um sinal de que muita gente está se sentindo desconectada do próprio trabalho. E se as empresas não querem ser só uma “ponte” para o próximo emprego, talvez seja hora de repensar como se relacionam com seus talentos.

Cinismo, charme e um maço de ironias

Disney / Reprodução

🚬 Lançado em 2005, Obrigado por Fumar é aquele tipo de filme que acende a crítica social com um isqueiro cheio de sarcasmo. Dirigido por Jason Reitman (de Juno e Amor sem Escalas), a comédia satírica gira em torno de Nick Naylor, um lobista carismático que defende os interesses da indústria do tabaco — e faz isso com um sorriso no rosto e uma habilidade retórica de dar inveja a qualquer político em campanha.

Interpretado por Aaron Eckhart, Nick é o porta-voz da Academia de Estudos sobre o Tabaco, uma entidade que basicamente serve para tornar o fumo mais palatável ao público — mesmo com todas as evidências de que ele mata. E o mais impressionante? Ele consegue.

📖 O roteiro, adaptado do livro de Christopher Buckley, é afiado como uma navalha e coloca Nick em situações absurdas, onde ele precisa justificar o injustificável. Ao lado de outros representantes do "trio da morte" — o álcool e as armas —, ele participa de encontros semanais com os chamados “Mercadores da Morte”, trocando piadas ácidas sobre quem representa o setor mais letal. Um clube do cinismo que, apesar de fictício, soa perigosamente real.

Mas o filme vai além da indústria do cigarro. Obrigado por Fumar é uma crítica afiada à manipulação da informação, ao poder da oratória e ao modo como a sociedade consome discursos prontos — seja sobre saúde pública ou sobre liberdade individual. Em tempos de fake news e polarização, o longa ganha até um ar profético.

👨‍👦 E, claro, tem um fio emocional: Nick é pai solo e tenta equilibrar sua missão de convencer o mundo de que fumar não é tão ruim assim com a criação do filho, Joey. Esse contraste entre o “profissional da enrolação” e o pai que precisa ser exemplo adiciona humanidade a um personagem que poderia facilmente ser só um vilão cínico.

Com participações hilárias de J.K. Simmons, Katie Holmes, Robert Duvall e um William H. Macy brilhando como um senador antitabagista, o filme se sustenta num ritmo leve, divertido e desconcertante.

No fim das contas...

🍿 Obrigado por Fumar é uma aula — não de ética, mas de retórica. Um lembrete de que, num mundo guiado por narrativas, quem domina o discurso pode defender qualquer coisa. Até mesmo um cigarro aceso.

Se você curte filmes inteligentes, provocativos e com aquela pitada de sarcasmo bem temperado, este é um prato cheio. E o melhor: sem necessidade de acender nada.

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