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Entre renas e algoritmos: Coca-Cola revive sua polêmica (e bela) campanha com IA #527
➜ EDIÇÃO 527



Papai Noel digital? Coca-Cola traz de volta campanha de Natal com IA
🎄 A Coca-Cola parece ter seguido o velho ditado “falem bem ou falem mal, mas falem de mim” e resolveu abraçar de vez a inteligência artificial. Depois de toda a controvérsia em 2024 sobre o uso de IA em sua campanha natalina, a marca decidiu repetir a dose (e com ainda mais tecnologia) no comercial deste ano.
Batizada de “Refresh Your Holidays”, a nova campanha traz uma versão turbinada do clássico Holidays Are Coming, o mesmo que, no ano passado, dividiu opiniões ao deixar de lado parte da criação humana. Agora, o comercial chega com visual mais sofisticado, brilho extra nos olhos dos ursos polares e até pinguins e coelhos reagindo com emoção à chegada dos caminhões vermelhos da Coca-Cola. Tudo, claro, com um toque generoso de IA.
IA no centro do Natal (de novo)
🫂 A empresa afirma que a ideia é “inspirar conexões humanas” e “momentos edificantes” — o que é curioso, considerando que boa parte da peça é gerada por algoritmos. Mas, para a Coca-Cola, o foco é em resultados: segundo o vice-presidente global de estratégia criativa Islam ElDessouky, essa evolução mostra o compromisso da marca em “trazer alegria” com o apoio da tecnologia.
O comercial de 60 segundos foi desenvolvido novamente em parceria com a Silverside AI, a mesma empresa responsável pelas animações do ano passado. A promessa é de um visual mais rico e expressivo, com direito a texturas aprimoradas, iluminação cinematográfica e uma boa dose de nostalgia digital.
📈 E a aposta parece ter respaldo: os executivos da Coca-Cola afirmam que a campanha de 2024 atingiu todos os benchmarks internos e até superou concorrentes. Ou seja, mesmo com a polêmica, o desempenho foi satisfatório o bastante para convencer a empresa a continuar investindo pesado em IA.
Um toque humano (pelo menos um pouco)
Para equilibrar o lado tecnológico, a marca lançou também o filme “A Holiday Memory”, produzido em live-action pela WPP Open X, com criação da VML e apoio da Ogilvy e EssenceMediacom. Nele, uma mulher revive memórias natalinas ao som de Feliz Navidad, em uma tentativa de manter o fator emoção — aquele mesmo que sempre foi a marca registrada da Coca-Cola.
🚛 Além disso, o tradicional Coca-Cola Truck Tour está confirmado para novembro e dezembro, garantindo o encontro dos caminhões iluminados com fãs em várias partes do mundo.
Entre tradição e tecnologia
Mesmo com a nostalgia e o simbolismo que a Coca-Cola ajudou a construir em torno do Natal, a marca parece confortável em transformar parte dessa magia em dados e algoritmos. E, pelos resultados financeiros, a estratégia funciona: a empresa registrou crescimento de 5% na receita líquida no último trimestre, impulsionada justamente por campanhas automatizadas e hiperpersonalizadas.
🤔 Ainda assim, a questão permanece: é possível falar em “conexão humana” quando a magia é criada por máquinas? A Coca-Cola parece acreditar que sim e, pelo visto, o Papai Noel também já deve ter atualizado o firmware.⚡


OpenAI “aposenta” o consultor
🤯 A era em que o ChatGPT parecia um oráculo digital está oficialmente acabando. A OpenAI decidiu colocar limites bem claros no que o chatbot pode e principalmente no que não pode fazer. A partir de agora, nada de pedir diagnósticos médicos, dicas de investimento ou conselhos jurídicos. A justificativa? Evitar processos milionários e deixar claro que o ChatGPT é uma ferramenta educacional, e não um consultor de confiança.
Segundo a NEXTA, a decisão reflete uma onda de cautela entre as gigantes de tecnologia, que estão pisando no freio quando o assunto é responsabilidade civil. A ideia é simples: se o chatbot der uma resposta errada sobre remédios, contratos ou dinheiro, a conta pode parar no tribunal.
O que mudou nas regras
🚫 Desde de 29 de outubro, o ChatGPT parou de oferecer qualquer tipo de aconselhamento médico, jurídico ou financeiro personalizado. Ele ainda pode explicar conceitos — tipo o que é um ETF, o que significa “jurisdição” ou como funciona o sistema imunológico —, mas nada de dizer qual remédio tomar, como redigir um testamento ou onde investir o 13º.
As novas diretrizes também proíbem o bot de citar nomes de medicamentos, sugerir dosagens, criar modelos de petições ou indicar compras e vendas de ativos. O motivo é que, apesar de parecer confiante, o ChatGPT ainda é ótimo em estar “persuasivamente errado” — ele fala com convicção, mas sem a precisão (ou a responsabilidade) que um profissional humano tem.
Três áreas que viraram “zona proibida”
⚕️ Saúde: Nada de usar o ChatGPT como médico de plantão. Ele não pode examinar, pedir exames ou entender sintomas com base em descrições vagas e, convenhamos, o Google já mostrou o perigo disso. O bot pode até explicar o que é um lipoma, mas só um médico pode dizer se aquele caroço é inofensivo.
⚖️ Direito: Elaborar um testamento ou revisar um contrato com ajuda da IA é pedir para ter dor de cabeça. As leis variam de estado para estado, e o ChatGPT não tem (nem pode ter) registro na OAB.
💱 Finanças: Ele pode explicar o que é o Tesouro Direto, mas não sabe se você está endividado, se quer se aposentar aos 40 ou se é fã de apostas em cripto. Quando o assunto envolve dinheiro real, o “melhor palpite da IA” pode sair caro.
Limitações e riscos que vão além das regras
Mesmo fora dessas áreas, há limitações que não dá pra ignorar. O ChatGPT não entende situações de emergência — se o alarme de gás disparar, ele não vai chamar ajuda (por favor, saia de casa primeiro e pergunte depois). Também não lida com tempo real: ele pode buscar informações atualizadas, mas não acompanha transmissões ao vivo ou cotações minuto a minuto.
⚠️ E vale o alerta: nunca envie dados sensíveis para o chat. Contratos, documentos, senhas, número de CPF — tudo isso pode acabar em servidores de terceiros. Depois que a informação entra, não há como saber exatamente onde vai parar.
O lado ético da história
Além das proibições diretas, há as zonas cinzentas. Usar o ChatGPT para colar em trabalhos, gerar arte e fingir que foi criação sua, ou até burlar regras — tudo isso levanta debates éticos. Hoje, detectores como o Turnitin já identificam o “jeitinho” do ChatGPT de escrever, e muitos professores reconhecem o estilo de longe.
🎭 Quando o assunto é criatividade, ele pode ajudar a ter ideias, revisar textos e sugerir caminhos, mas não deve substituir o esforço humano. Afinal, como dizem por aí, a IA pode até criar, mas só a gente consegue sentir.
De “consultor” a “professor auxiliar”
As novas diretrizes não são só uma atualização técnica — são um recado claro: a OpenAI quer evitar confusões (e tribunais). O ChatGPT segue poderoso como ferramenta de aprendizado, pesquisa e brainstorming, mas não é, nem deve ser, um substituto para a experiência humana.
🤖 Em resumo, ele ainda pode te ensinar como as coisas funcionam, só não pode mais te dizer o que fazer.⚡


Boleto em primeiro lugar
🤑 Quando o assunto é trabalho, os jovens brasileiros estão deixando claro: flexibilidade é legal, mas dinheiro ainda fala mais alto. Uma pesquisa do Senai e do Sesi, com apoio da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), revelou que o salário é o fator número 1 na hora de escolher um emprego — superando o home office, o horário flexível e até os ambientes descolados com puffs e mesa de sinuca.
Foram entrevistados 1.958 jovens entre 14 e 29 anos em todo o país, e o resultado foi direto: 55% não aceitariam trocar parte do salário por uma jornada mais leve, mesmo que isso significasse ter mais tempo livre. O recado é simples: propósito é importante, mas o boleto vence primeiro.
O que mais importa na hora de escolher um emprego
O top 3 de prioridades no mercado de trabalho jovem ficou assim:
1️⃣ Salário: citado por 41% dos entrevistados.
2️⃣ Oportunidades de crescimento: 21%.
3️⃣ Benefícios extras: 20%, incluindo saúde, transporte e até o famoso VR.
Além disso, metade dos jovens disse que deixaria o emprego se o pagamento não fosse satisfatório, e 28% afirmaram que o estresse também é um motivo forte para mudar de ares. Ou seja, não é só o dinheiro que conta: o equilíbrio mental também tem seu peso.
💬 Segundo Gustavo Leal, diretor-geral do Senai, em conversa com o G1, a nova geração quer mais do que se adaptar: quer participar das transformações do mercado. Ele resume bem o espírito do momento: “O desafio é conectar essa disposição com oportunidades reais de formação e trabalho, unindo significado, segurança e futuro”.
Flexibilidade? Só se vier com um bom contracheque
Mesmo com o crescimento do modelo híbrido, que agrada 66% dos entrevistados, a maioria ainda prefere manter uma rotina mais fixa se isso significar um salário melhor. E as mulheres são as que mais valorizam essa flexibilidade, mas sem abrir mão da remuneração.
💸 Como disse Paulo Mol, diretor superintendente do Sesi: “O salário abre a porta, o respeito mantém o engajamento, o propósito sustenta o comprometimento e o plano de carreira garante a permanência”. Em outras palavras: reconhecimento conta, mas o pix tem que cair.
Educação, tecnologia e futuro
A vontade de crescer é outro traço marcante da geração. Quase 80% dos jovens querem continuar estudando, e 88% topariam participar de cursos técnicos ou graduações gratuitas. Eles sabem que o mundo está mudando rápido e que ficar parado é o novo perigo.
💻 A tecnologia também é vista como uma parceira, não uma inimiga: 68% acreditam que dominar habilidades digitais (como análise de dados, edição de conteúdo e vendas online) é essencial para o sucesso. E 75% acham que a inteligência artificial pode ajudar a aumentar a produtividade, embora alguns ainda temam perder espaço para os robôs.
O renascimento do interesse pela indústria
Um dado curioso é que 49% dos jovens brasileiros demonstram interesse em trabalhar na indústria, principalmente os homens. Entre os que têm entre 25 e 29 anos, 41% já buscaram vagas no setor, enxergando ali uma oportunidade sólida e bem remunerada.
🏭 Para 53% dos entrevistados, a indústria é o setor que mais pode atender às suas expectativas de carreira e salário nos próximos 20 anos. Parece que o velho “trabalho de fábrica” está ganhando uma nova cara — agora com tecnologia, inovação e estabilidade.
Um mercado que precisa ouvir a nova geração
A mensagem é clara: os jovens brasileiros não querem só um emprego, querem um caminho de crescimento real. Buscam propósito, aprendizado e reconhecimento, mas tudo isso precisa vir acompanhado de salário digno.
🚀 No fim das contas, a nova geração quer equilíbrio: quer viver, estudar, crescer… e pagar as contas em dia. E se o mercado de trabalho quiser reter esses talentos, vai ter que aprender a falar a língua deles — que mistura ambição, propósito e uma boa dose de realismo.⚡


Ghibli e editoras japonesas pedem que OpenAI pare de usar suas obras sem permissão

Studio Ghibli / Reprodução
🤯 O lendário Studio Ghibli — casa de clássicos como A Viagem de Chihiro e Meu Vizinho Totoro — se uniu a outras editoras japonesas para enviar um recado direto à OpenAI: parem de usar nossas obras para treinar IA sem autorização.
O pedido foi feito pela Associação Japonesa de Distribuição de Conteúdo no Exterior (CODA), que representa grandes nomes da indústria criativa japonesa. A carta, enviada na semana passada, pede que a OpenAI interrompa o uso de conteúdo protegido por direitos autorais em seus modelos de inteligência artificial, especialmente agora que ferramentas como o gerador de vídeos Sora e o criador de imagens do ChatGPT se tornaram extremamente populares.
O “efeito Ghibli” da IA
🤖 Desde que o gerador de imagens do ChatGPT foi lançado, uma das tendências mais virais tem sido pedir ao modelo para transformar selfies e fotos de pets em versões no estilo Ghibli — com cores suaves, olhos expressivos e aquele toque mágico de nostalgia. Até o próprio Sam Altman, CEO da OpenAI, entrou na brincadeira e trocou sua foto de perfil no X por uma versão “Ghiblificada”.
Mas o sucesso não agradou todo mundo. Para os estúdios japoneses, isso representa uso indevido de propriedade intelectual, já que suas obras e estilos estariam sendo utilizados para treinar os algoritmos da OpenAI, sem qualquer tipo de licença ou compensação.
“Pedir desculpas, não permissão”
⚖️ A OpenAI tem sido criticada justamente por sua abordagem de “pedir desculpas, não permissão”. Essa política facilitou a vida de quem quer gerar imagens e vídeos de personagens com direitos autorais ou até celebridades falecidas, o que levanta questões éticas e legais.
Empresas como a Nintendo e até o espólio de Martin Luther King Jr. já manifestaram preocupações com o potencial uso indevido de suas imagens e obras — especialmente com o avanço do Sora, que cria vídeos realistas a partir de texto.
Japão x EUA: leis diferentes, dilemas parecidos
🧾 Nos Estados Unidos, a discussão ainda é cinzenta: a lei de direitos autorais data de 1976 e não cobre de forma clara o uso de conteúdo protegido para treinamento de IA. Um exemplo recente é o caso da Anthropic, que não foi considerada culpada por violar direitos autorais ao treinar sua IA com livros, embora tenha sido multada por piratear os arquivos usados.
Já no Japão, a CODA afirma que o cenário é bem diferente. Segundo a organização, reproduzir ou imitar obras protegidas durante o processo de aprendizado de máquina já constitui violação de direitos autorais. “De acordo com o sistema japonês, é necessária autorização prévia para o uso de obras protegidas, não há espaço para desculpas depois”, escreveu a entidade.
Miyazaki e a IA: “um insulto à vida”
😤 Embora Hayao Miyazaki, o mestre por trás do Ghibli, não tenha comentado diretamente o caso, ele já deixou claro o que pensa sobre o assunto. Em 2016, ao ver uma animação 3D feita por IA, respondeu sem rodeios: “Estou completamente enojado. Não consigo assistir a essas coisas e achá-las interessantes. Sinto fortemente que isso é um insulto à própria vida”.
Ou seja, dá pra imaginar o que ele acharia de um Totoro gerado por IA.
O embate entre tradição e tecnologia
🌸 A tensão entre arte feita à mão e criação automatizada nunca foi tão evidente. O Studio Ghibli, conhecido por sua dedicação quase espiritual ao trabalho artesanal, representa um contraponto direto à lógica de produção em massa das IAs generativas.
Enquanto a OpenAI avança no desenvolvimento de ferramentas cada vez mais poderosas, os artistas e estúdios japoneses querem garantir que a criatividade humana ainda tenha espaço, e valor, num mundo cada vez mais dominado por algoritmos.⚡

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